
I. Aivazovsky
Não gosto das palavras que me entram pelas mãos
para pintar as emoções.
São áridas e incolores e arranham a pele
como garras de animais imaginários.
São estranhas e perturbam como os surrealistas
que desenham grandes bocas abertas de gritos silenciosos
estrangulados por mãos de dedos grossos em gargantas amarelas.
Não gosto. Hoje não gosto das palavras.
Quero uma paisagem ordenada, com tudo no lugar certo.
No lugar usualmente certo.
Mesmo que as nuvens à volta da lua revelem a minha inquietação
laerce
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