sexta-feira, junho 10, 2005


caminhando


Se eu pudesse repetir
o mesmo caminho que percorremos juntos
quando nos dávamo-nos nas mãos
e ensinávamos como inês às ervinhas
o nome que no corpo escrito tínhamos.


Se eu pudesse calcar o mesmo chão
e sentir as mesmas sombras
que as palavras delicadas
desenhavam como um rasto
de espuma eterna.


Mas não posso.


O caminho já não é para nós
a inês continua a ensinar mas não a ouvimos
e as árvores coloriram-se de verde
que os nossos olhos não podem ver.



laerce

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