terça-feira, junho 28, 2005

havia


Paul Cezanne, de Brook


Havia perto do rio
um recanto verde de desejos
onde os amantes gravavam tatuagens
que desapareciam na pele e se instalavam
na memória dourada de uma nascente.

Havia o som alegre
das águas numa sinfonia de acordes
instintivos e perfeitos que deixavam
momentaneamente secos os afluentes
e conservavam um sorriso de acalmia nas margens.

Havia ecos de pássaros
transbordantes de céus a percorrer,
numa combinação aleatória e excessiva
de percursos em renascimento constante,
momentaneamente abafados pelas palavras primaveris
das crianças que vinham jogar à bola no areinho.

laerce

Sem comentários:

Arquivo do blogue

mail