"O que te escrevo não tem começo: é uma continuação. Das palavras deste canto que é meu e teu, evola-se um halo que transcende as frases..." Clarice Lispector
terça-feira, junho 28, 2005
havia
Paul Cezanne, de Brook
Havia perto do rio
um recanto verde de desejos
onde os amantes gravavam tatuagens
que desapareciam na pele e se instalavam
na memória dourada de uma nascente.
Havia o som alegre
das águas numa sinfonia de acordes
instintivos e perfeitos que deixavam
momentaneamente secos os afluentes
e conservavam um sorriso de acalmia nas margens.
Havia ecos de pássaros
transbordantes de céus a percorrer,
numa combinação aleatória e excessiva
de percursos em renascimento constante,
momentaneamente abafados pelas palavras primaveris
das crianças que vinham jogar à bola no areinho.
laerce
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