quarta-feira, junho 15, 2005

talismã


...Vila Rica



Viajo agarrada
a um talismã dourado
para uma cidade barroca
da américa latina.


À luz branca da aurora
estou no meio da praça
sozinha.
O vento agita
vultos inconfidentes
vazios e sufocantes.

As portas e as janelas
dos edifícios estão fechadas.
Procuro o tempo
mas tenho só o espaço
que descai em ruas estreitas
e escorregadias.

Não tenho voz
para me ouvir mas grito.
Um grito sem eco
que me acorda
para o tiquetaque
do despertador.

Estendo o braço
para o talismã dourado
em cima da mesinha
sem saber se regressei.


laerce

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