terça-feira, agosto 23, 2005

tempo

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O que vejo diante do mar não é o mar,
são memórias coloridas que inventei do que vivi.
Se deixo escorrer areia por entre os dedos
é porque desejo reter o tempo, o meu tempo.
O tempo que gastei a representar o meu papel
de viver de sofrer de escolher de acontecer.
O tempo em que me sentia possível e contente.


Ouço o mar dentro de mim em marés vivas
ainda e sempre que me procuro nas dunas.
Instintivamente aperto o meu pulso de sangue vivo.
Sim,ouço-me em ondas de delírio contido.
O mar vai-me despindo de jóias e enfeites
e mostra-me sem pudor a nudez inicial do meu ser.
Inspiro expiro inspiro expiro. Sou. Somos.

laerce

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