sexta-feira, dezembro 02, 2005

conhecimento


Gerrit Greve


O poema que estou a ler
trago-o no bolso
como uma chave de acesso ao mundo.

Todos os dias o copio
e as palavras parecem luzidias,
ou as minhas ideias é que ficam luzidias.
Quem não gosta de ideias luzidias?

Não sei quem é o autor do poema.
Acho mesmo que não tem autor
e eu sou apenas quem o guarda
transitoriamente.


Quando eu acabar para tudo, como diz quem vive,
este poema deve continuar a ser uma chave
para aceder ao mundo, no bolso de outra pessoa.
Por isso, tenho a obrigação de o copiar
e trazê-lo sempre numa folha
que possa ser desdobrada e lida
a qualquer momento.




...

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