foto retirada do site da Esc. Sec. Rainha Santa Isabel
Na rua António Carneiro, esquina com a rua do Heroísmo, fica o Rainha Santa Isabel, o Rainha para a imensidão de alunos que animaram aquele espaço durante tantos anos. De liceu passou a escola secundária e actualmente alberga a Direcção Regional de Educação do Norte.
Na verdade, passo imensas vezes diante daquele edifício, deito um olhar aos canteiros e continuo indiferente à vida que se me adormeceu na memória. Mas hoje tive mesmo que entrar para comparecer a uma reunião. Entrar num espaço do passado é sempre um choque. Não sabemos muito bem o que estamos a viver. A realidade convoca-nos a todo o momento através das pessoas com quem falamos e a quem damos atenção, porque estamos a tratar de assuntos práticos, porque somos o presente e, no entanto, o nosso olhar vai mais longe e parece querer levar com ele o pensamento.
Foi assim que me senti hoje. O que vi não foi bem aquilo que estava diante dos meus olhos, penso mesmo que vi mais o que estava dentro de mim. Os canteiros estão cheios de ervas daninhas de considerável altura, mas vi-os coloridos de rosas; os corredores estão vazios, mas vi-os cheios de alunos. Vi-me a mim mesma rindo e partilhando a turma das Cristinas, tantas eram naquele tempo, como agora são as Anas, as Marias, as Ritas. Vi os professores que me marcaram, vi algumas das aulas onde aprendi coisas que nunca mais esqueci. Vi o ano confuso de setenta e cinco, as greves, as manifestações as juventudes partidárias e as grades a serem derrubadas.
Quando saí da reunião já ao fim da tarde, olhei a estátua da rainha, que sempre esteve no átrio, e imaginei o manto cheio de rosas. O Rainha está a precisar de rosas.
Na verdade, passo imensas vezes diante daquele edifício, deito um olhar aos canteiros e continuo indiferente à vida que se me adormeceu na memória. Mas hoje tive mesmo que entrar para comparecer a uma reunião. Entrar num espaço do passado é sempre um choque. Não sabemos muito bem o que estamos a viver. A realidade convoca-nos a todo o momento através das pessoas com quem falamos e a quem damos atenção, porque estamos a tratar de assuntos práticos, porque somos o presente e, no entanto, o nosso olhar vai mais longe e parece querer levar com ele o pensamento.
Foi assim que me senti hoje. O que vi não foi bem aquilo que estava diante dos meus olhos, penso mesmo que vi mais o que estava dentro de mim. Os canteiros estão cheios de ervas daninhas de considerável altura, mas vi-os coloridos de rosas; os corredores estão vazios, mas vi-os cheios de alunos. Vi-me a mim mesma rindo e partilhando a turma das Cristinas, tantas eram naquele tempo, como agora são as Anas, as Marias, as Ritas. Vi os professores que me marcaram, vi algumas das aulas onde aprendi coisas que nunca mais esqueci. Vi o ano confuso de setenta e cinco, as greves, as manifestações as juventudes partidárias e as grades a serem derrubadas.
Quando saí da reunião já ao fim da tarde, olhei a estátua da rainha, que sempre esteve no átrio, e imaginei o manto cheio de rosas. O Rainha está a precisar de rosas.
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