quarta-feira, junho 07, 2006


“ Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro” *


Sé de Évora


Por força das circunstâncias estou a reler Aparição. Como se fosse a primeira vez, o entusiasmo toma-me e as palavras escritas por Vergílio parecem estar vivas. Sei que devo moderar este entusiasmo e desmontar o romance para mim e para os alunos. Devo esquematizar, cristalizar, para que sirva de base. As teorias existencialistas aqui, o neo-realismo ali, a arte (música) como revelação mais além, o tempo da escrita, o tempo da acção, a mestria em partir de um e chegar a outro, o vórtice de sentimentos, a necessidade de clarificar o que é a vida e a morte, a absoluta presença do eu que reflecte, que questiona, que descobre finalmente. A casa (as casas) e a cidade-ermida, a bela Évora. Tudo dentro de uma sala vazia, na presença de uma lua quente de Verão.
* Primeira frase do livro Aparição, de Vergílio Ferreira.
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