terça-feira, janeiro 30, 2007

o ouvidor






















Parei o tempo Vila Rica cidade do ouro do século eldorado dezoito português luso-decadente. É Gonzaga nascido ali em cima a foto tirada da alfândega agora Museu da Imprensa no Porto. Tomás António Gonzaga o Dirceu da Marília o Critilo das Cartas (Portuguesas?) não! Chilenas. Cartas Chilenas. Vila Rica é Ouro Preto de Minas Gerais (minas que terei eu a ver com minas). Um dia fui a Ouro Preto oito horas de viagem nocturna a partir do Rio. Estava frio de manhã cedo quando o autocarro parou na praça Tiradentes e a cidade dormia ainda. De um lado da encosta os portugueses do outro os paulistas disputam o topo o poder. Claro não disputam isso são coisas do passado mas o passado fica para se contar a ele próprio nas calçadas nas fachadas dos sobrados na praça Tiradentes o único a perder literalmente a cabeça. A praça onde a história ganhou a cabeça de Tiradentes apesar alguém a ter feito desaparecer enquanto o corpo esquartejado era espalhado pelos caminhos que o inconfidente patrulhava antes da revolta antes do auto da devassa antes da forca.
Guardo mais memórias de Ouro Preto em talha das muitas igrejas que lá plantaram com o ouro o mesmo que plantou por aqui conventos e aquedutos (digo plural hiperbolicamente) quando o eldorado ainda não era decadente e o quinto não custava tanto a pagar. O Aleijadinho ajudou muito a arte barroca em pedra sabão. Ficou para sempre também. O Gonzaga ouvidor nascido no Porto aí em cima recriou um novo Sancho Pança deu-lhe o nome de Fanfarrão Minésio como quem diz governador Luís da Cunha corrupto Meneses e fez faz rir e fez faz pensar e valeu-lhe o degredo em Angola enquanto Tiradentes tinha a forca reservada só para ele.
Tudo se passava pelos oitenta e nove anos do século dezoito os Iluministas diziam da razão a força e o povo nas ruas revoltava-se. Paris Vila Rica como no filme Paris Texas. Temos as Cartas para rir mas com cuidado quem sabe cada um traz em si o Fanfarrão. Isto é o que diz Gonzaga no prólogo mas as Cartas foram publicadas sob anonimato.
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