segunda-feira, junho 25, 2007

às vezes,pequenos pedacinhos de textos têm o dom de nos levar arrebatados pelas imagens. Deixa de haver tempo e espaço real, tudo são palavras no quotidiano ano ano:

Nos paços de Azzahrat, o magnifico alcaçar dos kalifas de Cordova,ha muitas horas que cessou o estrepito de uma grande festa. O luar de noite serena d'abril bate pelos jardins que se dilatam de sde o alcaçar até o Guad-al-kébir, e alveja tremulo pelas fitas cinzentas dos caminbos tortuosos, em que parecem enredados os bosquesinhos de arbustos, os macissos de arvores silvestres, as veigas de flores, os vergeis embalsamados, onde a larangeira, o limoeiro, e as demais arvores fructiferas, trazidas da Persia, da Syria e do Cathay, espalham os aromas variados das suas flores.Lá ao longe Cordova, a capital da Hespanha mussulmana, repousada lida diurna, porque sabe que Abdu-r-rahman III, o illustre kalifa, véla pela segurança do imperio. A vasta cidade repousa profundamente; e o ruído mal distincto que parece revoar por cima della, é apenas o respiro lento dos seus largos pulmões,o bater regular das suas robustas arterias. Das almadenas de seiscentas mesquitas não soa uma unica voz de almuhaden, e os sinos das igrejas mosarabes guardam tambem silencio. As ruas,as praças, os azokes, ou mercados, estão desertos. Sómente o murmurio das novecentas fontes ou banhos publicos, destinadosás abluções dos crentes, ajuda o zumbido nocturno da sumptuosa rival de Bagdad.

Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas

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