
Poço iniciático, Quinta da Regaleira, Sintra
Quando o vi pareceu-me uma charlotte revestida de biscoitos champagne. São umas pedras cobertas de musgo que na fotografia a sépia não dá para perceber. Depois, dado o conteúdo do desdobrável, comparei-o a um Stonehenge, guardadas as devidas proporções. Em Stonehenge fazem-se rituais tendo as estrelas no céu. Aqui, a estrela está no chão, no fundo do poço iniciático.
Para se chegar aqui percorre-se uns caminhos com etapas, fontes, lagos e a torre que, em conjunto com o poço, simboliza o masculino e o feminino. Sabemos também pelo desdobrável que, de alguns destes pontos existem túneis que vão direitinhos à estrela mas, com as crianças, está fora de questão explorá-los. Há muitos castanheiros e os frutos estão espalhados pela terra e pelos jardins.
O poço está dentro desta construção aparentemente megalítica. É uma torre invertida, com escadinhas e muro de protecção, com aberturas em arco. Um despertar de emoções variadas a aguçar a curiosidade, a dos leigos.
Não menos importante. Há outro poço, sem protecção de maior, chamado o imperfeito.
Nesta Sintra que se quer de Byron ou de Eça ou de muitos outros não menos famosos, os dois palácios olham-te indiferentes. No de baixo há um quarto com grades. Não consigo lembrar se da janela Afonso VI via a serra ou ouvia o rumor das árvores, mas é uma crueldade estar à porta do paraíso, em degredo.
Depois, podes sempre descansar o paladar num travesseiro ou então uma queijada, que tal? Afinal, nesta andanças lá se foram muitas calorias.
P.S. Iremos a Sintra com os alunos em visita de estudo, no âmbito da obra de Eça, lá para a primavera
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