
vestígios
Castelo de S. Jorge, duas e meia da tarde, tarde de sol. No terreiro que dá acesso ao castelo e a belas perspectivas sobre a cidade, sob a estátua guerreira de Afonso Henriques, um magote de jovens académicos dava asas à folia carnavalesca produzindo sons de tambores descoordenados envolvidos em gritos selvagens, mas que não feriam particularmente dado o ambiente de empatia e tolerância que o Carnaval desperta por todos aqueles que procuram a libertação temporária mesmo que não tenham em conta o significado da Quarta-Feira de Cinzas. Um triste dragão chinês pintado de amarelo e verde desbotado, de apenas quatro foliões, dava voltas àquela multidão tentando entrar no ritmo descompassado mas alegre. Algumas pessoas sentadas no muro e de costas para o rio observavam divertidas.
Do fundo da rua um outro som de tambores, estes perfeitamente ritmados, começou a invadir o terreiro. Primeiro, em surdina, é, não é, parece, é. As pessoas deslocaram-se apressadas para o lado do muro sobranceiro à rua. O som retumbante dos tambores depressa abafou os académicos que, com a chegada dos tamborileiros e dos caretos coloridos a rigor, foram silenciados. O dragão chinês continuava a sentir-se deslocado e as crianças mascaradas de coelhinhos, bruxinhas, fadas e capuchinhos vermelhos retomaram as suas brincadeiras, passada a curiosidade.A visita ao castelo demorou pouco tempo. No regresso, o terreiro estava diferente, as pessoas continuavam sentadas no muro, mas apreciavam agora a paisagem, uma ou outra criança distraída lambia um gelado, os turistas curiosos vinham chegando, tentando ler nas pedras o significado da construção. Indiferente, Afonso Henriques olhava a porta do castelo em posição de alerta. Pelo chão, os vestígios da festa deixavam-se embalar pelo vento que nestes dias invadiu a cidade
Do fundo da rua um outro som de tambores, estes perfeitamente ritmados, começou a invadir o terreiro. Primeiro, em surdina, é, não é, parece, é. As pessoas deslocaram-se apressadas para o lado do muro sobranceiro à rua. O som retumbante dos tambores depressa abafou os académicos que, com a chegada dos tamborileiros e dos caretos coloridos a rigor, foram silenciados. O dragão chinês continuava a sentir-se deslocado e as crianças mascaradas de coelhinhos, bruxinhas, fadas e capuchinhos vermelhos retomaram as suas brincadeiras, passada a curiosidade.A visita ao castelo demorou pouco tempo. No regresso, o terreiro estava diferente, as pessoas continuavam sentadas no muro, mas apreciavam agora a paisagem, uma ou outra criança distraída lambia um gelado, os turistas curiosos vinham chegando, tentando ler nas pedras o significado da construção. Indiferente, Afonso Henriques olhava a porta do castelo em posição de alerta. Pelo chão, os vestígios da festa deixavam-se embalar pelo vento que nestes dias invadiu a cidade
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