
Fly, Paula Rego
Mimi comprou o bilhete e entrou no museu notando o contraste da massa branca do edifício com o imenso arvoredo que se desenhava à sua esquerda. Lá dentro, o silêncio ecoava na amplidão do espaço. O guarda voltou-se ao pressentir os passos de Mimi e moveu-se ligeiramente para não se confundir com nenhuma estátua. Mimi sorriu-lhe, entregou-lhe o bilhete, rasgado energicamente, e perguntou-lhe por onde começar.
A primeira impressão dos quadros dispostos nas paredes brancas foi de repulsa. Mas afinal ela fora ao museu para arejar, sair um pouco, que importância tinha aquele tipo de arte ou outro? Começou a mover-se desfilando diante de figuras grotescas, com expressões esquisitas e em posições estranhas. Não se perguntou a que estilo pertenciam, embora tivesse na mão um prospecto informativo. Outros visitantes evoluíam diante dos quadros, afastavam-se, aproximavam-se, detendo-se num pormenor, comentando e continuando.
Mimi decidiu sentar-se num banco central de uma das salas, olhando a fila de quadros à sua frente. Seria bom se o banco tivesse encosto, poderia adormecer durante alguns segundos mantendo a postura sem ser incomodada pelo vigilante. Sentia a cabeça vazia e ocorreu-lhe, sem saber porquê, o seu verdadeiro nome. Margarida. Ninguém a chamava Margarida.
A primeira impressão dos quadros dispostos nas paredes brancas foi de repulsa. Mas afinal ela fora ao museu para arejar, sair um pouco, que importância tinha aquele tipo de arte ou outro? Começou a mover-se desfilando diante de figuras grotescas, com expressões esquisitas e em posições estranhas. Não se perguntou a que estilo pertenciam, embora tivesse na mão um prospecto informativo. Outros visitantes evoluíam diante dos quadros, afastavam-se, aproximavam-se, detendo-se num pormenor, comentando e continuando.
Mimi decidiu sentar-se num banco central de uma das salas, olhando a fila de quadros à sua frente. Seria bom se o banco tivesse encosto, poderia adormecer durante alguns segundos mantendo a postura sem ser incomodada pelo vigilante. Sentia a cabeça vazia e ocorreu-lhe, sem saber porquê, o seu verdadeiro nome. Margarida. Ninguém a chamava Margarida.
Sem comentários:
Enviar um comentário