De novo os olhares se fixaram em Simão depois de terem acompanhado discretamente os movimentos de Xana com os seus cabelos longos e lisos em desalinho e a roupa justa que lhe realçava as formas de um corpo perfeito. Simão baixou a cabeça humilhado por alguma vez ter pensado nela desajeitada a entrar na sala. Começou a ler maquinalmente o texto sem qualquer preocupação de o entender. Esforçou-se para dar um tom enérgico à sua voz para evitar entrar em pânico e meter os pés pelas mãos num momento em que, ainda que guiado por um texto, era ele o herói.
No seu caderno aberto, a par dos sumários e das sentenças ditadas pelo professor bordejavam cenas de heróis de manga em poses majestosas e vincadas expressões guerreiras.
Concluída a leitura olhou para Xana que o fixava com um olhar enigmático e decidido. Na sequência da aula tentou concentrar-se nas actividades mas não participou em momento algum no diálogo que se tinha estabelecido entre professor e alunos sobre livre arbítrio e contingências.
Quando a aula terminou aguardou disfarçadamente a atitude de Xana, dispondo com cuidado exagerado o material na mochila. Xana estava ao seu lado, murmurou que lhe tinham roubado o telemóvel no autocarro, que descobriu o gang, que ia enfrentá-los no bairro e recuperar o que era seu. Deu-lhe um beijo nos lábios e perguntou-lhe: vens?
Simão colocou a mochila às costas e seguiu-a como se tivesse asas nos pés. De vez em quando levava as mãos à boca para reter ali toda a sua felicidade.
No seu caderno aberto, a par dos sumários e das sentenças ditadas pelo professor bordejavam cenas de heróis de manga em poses majestosas e vincadas expressões guerreiras.
Concluída a leitura olhou para Xana que o fixava com um olhar enigmático e decidido. Na sequência da aula tentou concentrar-se nas actividades mas não participou em momento algum no diálogo que se tinha estabelecido entre professor e alunos sobre livre arbítrio e contingências.
Quando a aula terminou aguardou disfarçadamente a atitude de Xana, dispondo com cuidado exagerado o material na mochila. Xana estava ao seu lado, murmurou que lhe tinham roubado o telemóvel no autocarro, que descobriu o gang, que ia enfrentá-los no bairro e recuperar o que era seu. Deu-lhe um beijo nos lábios e perguntou-lhe: vens?
Simão colocou a mochila às costas e seguiu-a como se tivesse asas nos pés. De vez em quando levava as mãos à boca para reter ali toda a sua felicidade.
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