
bonecas
Amélia ralha sempre, depois, porque caiu um pingo de gelado no vestido, ou porque o enrodilhei ao sentar-me. Odeio os vestidos de tobralco, de seda, os boleros e as blusas de renda, as saias de percal, que não deixam os movimentos livres e me fazem sentir um manequim com fitas e folhos pendurados, uma boneca de celulóide, de cabelos aos caracóis e olhos de vidro, parada na vitrine e morta como ela está morta. Olho-a com os meus olhos vivos e juro: Não venho de ti, venho de Lóia.
Teolinda Gersão, A Árvore das Palavras
E, no entanto, Amélia também sonhava. Tinha vindo lá de longe, de Portugal, acreditando que realizaria o seu sonho, como todos os que partiram naqueles tempos não só para África, mas para outras paragens.
Teolinda Gersão, A Árvore das Palavras
E, no entanto, Amélia também sonhava. Tinha vindo lá de longe, de Portugal, acreditando que realizaria o seu sonho, como todos os que partiram naqueles tempos não só para África, mas para outras paragens.
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