terça-feira, janeiro 10, 2006

motivação...



Convento de Mafra (terra�o)

...para o Memorial do Convento, leitura obrigatória no ensino secundário.

Abuso da tua paciência com um texto em camadas a despertar em mim como memória das coisas que já se aprenderam e se esqueceram e andam espalhadas pelas veias com o sangue. São impressões a frio à volta de uma viagem visita de estudo.

Porque é assim que se faz uma viagem lança-se a primeira pedra e a primeira pedra pode ser um desejo ou um livro decide-se partir e escolhe-se um dia uma hora e depois tudo se inicia. Diz-se adeus silencioso à casa espero voltar olha-se o gato e parte-se. Faz-se sempre um relato da viagem mesmo que não seja escrito que se cortem frases que se coloquem interjeições e se pretenda misturar imagens com sabores e aromas assim como na vida de cada dia quando a viagem é apenas à volta do quarto ou do quarteirão pronto ou da cidade numa vci ou cril ou crel e parte-se.

E a primeira pedra do edifício foi lançada com pompa e circunstância. Inicialmente para treze frades mas na realidade para trezentos o convento que deu fama ao rei e ao nobel em português e para se lançar a primeira pedra de uma leitura pode ser uma viagem. Esta.

Mafra convento basílica palácio duzentos e trinta e sete metros de salas comunicantes entre o rei e a rainha e a humidade a escorrer dos rostos de outros reis que nos olham mas não lêem os pensamentos que descaem para os três banhos mais coisa menos coisa que aconteciam a cada um ao longo da vida.
Mafra palácio convento basílica planta de cruz latina pedra de lioz o cinzento dos frades com voto de pobreza o branco de Santo António e o cor-de-rosa de Nossa Senhora e as palavras a levarem-nos para as inaugurações antecipadas as procissões a iluminação o cheiro a cera e ali na basílica todos sentados como na catequese soube-se a causa da morte do rei o quinto João.
Mafra palácio basílica convento dos frades franciscanos vindos da Arrábida para cumprirem o papel que lhes estava reservado pela promessa do rei e no voto de pobreza não havia ouro havia fios de ouro havia seda e a homenagem ao rei numa coroa de latão dourado lá em cima na sala do trono fria e escura.


Baltasar e Blimunda não estavam por ali ainda era cedo. Virão mais tarde quando a outra viagem a da leitura obrigatória se iniciar penosa na solidão do livro e do quarto. Virão juntamente com os milhares de trabalhadores as procissões os autos-de-fé o Santo Ofício o padre Bartolomeu Lourenço a passarola e mais tantas coisas devido ao ouro do Brasil. Mas não só.
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