sábado, março 11, 2006

roteiro II


convento de cristo


Uma das coisas que mais me arrepia nesta questão da escola é verificar que muitos dos nossos jovens não sabem alinhar mais ou menos o friso cronológico dos reis portugueses. Um pouco assim como se não se soubesse o nome do pai ou da mãe, a idade, onde se nasceu, de onde é a família. Confesso que isso me deixa perturbada e céptica quando o sucesso desta escola que temos, mas longe de mim querer entrar nesse plano de discussão.
Vem isto a propósito de considerar que os saberes não são estanques, como é óbvio para nós adultos, e que a interdisciplinaridade, tão cara a este nosso sistema de ensino, pode muito bem servir para aumentar o sucesso escolar.
A visita de estudo que fizemos ontem a Tomar tinha esse objectivo, mostrar até que ponto a arquitectura, a pintura, a literatura e a história se falam entre si. A cidade é pequena, de casario baixo e ruas alinhadas. Quem vem do norte pode sair da A1 em Fátima e seguir por uma estrada cheia de curvas até Ourém. Tomar fica uns quilómetros mais à frente e o que se destaca de imediato é mesmo o Convento de Cristo, assentado numa colina à direita da estrada.

O dia estava frio sob um céu com algumas nuvens e a cidade não revelava nenhuma agitação. As ruas quase desertas, as lojas silenciosas aguardando a chegada de clientes. O desdobrável que a Elsa tinha preparado com tanto carinho e tantas informações de interesse, dizia-nos o muito que havia para ver e o pouco tempo. Era preciso almoçar, porque às duas e meia devíamos entrar no Convento, e assim foi.

Fico sempre emocionada quando vou visitar o Convento. Há qualquer coisa de muito harmonioso naquele silêncio, naquela serenidade de contrastes. Qualquer coisa que nos eleva, que nos agarra e se impõe. São as pedras que falam, é a história, são os gostos culturais de diferentes épocas, é a presença dos Templários ou, se quisermos, dos Cavaleiros da Ordem de Cristo.

(cont.)
...

Sem comentários:

Arquivo do blogue

mail