segunda-feira, março 13, 2006

roteiro lll


Claustro D.João III


Foi o rei D. Dinis (1261-1325) que salvaguardou a Ordem do Templários, perseguida em toda a Europa, mudando-lhe o nome para Ordem de Cristo. À mudança de nome correspondeu também uma mudança de objectivos: a Ordem de Cristo viria a ter um papel de grande relevância na época dos Descobrimentos.

A responsável pelos serviços educativos do Convento veio receber-nos ao pátio e logo ali referiu o que de facto torna aquele espaço tão singular: a totalidade do conjunto arquitectónico corre grande parte da história portuguesa. O Castelo e a Igreja românica dos Templários, o Claustro gótico de D. Henrique, a Casa do Capítulo de arte manuelina, o Claustro D. João III, renascentista, mais o maneirismo de algumas salas, um manancial de informações que uma simples visita não consegue abarcar.

Traço de memória os nossos passos. Primeiro, o Claustro da Lavagem por ter sido o lugar em que os monges procediam à lavagem das vestes; o Claustro do Cemitério, renascentista; uma sala de grandes dimensões, vazia, maneirista; o templo românico (denominado também Charola); a Casa do Capítulo; a famosa janela manuelina com todos os elementos que caracterizam o estilo (fiquei feliz por finalmente ter identificado o símbolo da Ordem da Jarreteira); o conhecido Claustro de D. João III. Já no interior, na parte mais recatada do Convento, percorremos corredores que formavam uma cruz cujos braços tinham exactamente a mesma medida (cinquenta metros), mas ali mesmo no ponto de união onde nos encontrávamos, só víamos três corredores, o quarto é simbólico e corresponde exactamente à distância entre aquele ponto e a janela manuelina. Finalmente, vimos o Refeitório, o Aqueduto dos Pegões e o Claustro da Cisterna.

Durante a visita fui percebendo o interesse manifestado pelos jovens. Tantas coisas podem ser feitas para tornar estes espaços vivos, tanta coisa há a fazer. Transmitir-lhes a noção de que tudo aquilo faz parte da nossa memória colectiva, foi, sem dúvida, o fundamental da mensagem. Por isso deixei aqui escrito que aquelas pedras falam do passado e do presente. Falarão elas do futuro?

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