segunda-feira, junho 26, 2006


influências *





Como me sinto perante adriano,
levada por yourcenar em páginas
e páginas de uma sabedoria que rasga medos e me ordena,
em silêncio de séculos, que entre no panteão
e me deixe ficar ali debaixo do óculo, quarenta e três metros
acima do meu corpo, à espera do momento
em que o sol no zénite me permita abraçar a própria sombra,
minha irmã de sempre, transfigurada em pedra.

Enquanto aguardo, posso,
concentrada no sussurro dos passos de quem entra,
retirar os meus sonhos e colocá-los
diante de mim no chão e, assim despojada,
sentir a conversa de adriano com yourcenar
e ser cúmplice de ideais e por isso chorar
ao rever roma desfeita em gritos e gargalhadas
depois de youcenar se afastar para concluir a carta a marco.



* do livro de Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano
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