
Graciela Rodo Boulanger, The Dream
Este círculo mundo onde comecei a falar, a soletrar sentimentos quando as cores me entravam pelos olhos dentro, cheias de sumo sensações de pertença e de estranheza pegadas à alma que a esse tempo vivia fora de mim. Este círculo onde me encontrei, não no centro com a luz a incidir a horas ritualistas, mas na intersecção da linha curva com o desconhecido, palavra prolongada como a água que se despenha da cascata livre das margens, no fim da qual pode estar uma ilha ou um olhar. Pode. Este círculo onde dei à alma a forma das mãos e desenhei instintivamente nas paredes, as casas, as nuvens, as árvores da infância e escrevi pequenas frases e tracei riscos quando não conseguia moldar palavras e deixei as marcas dos meus dedos para que se pudesse confirmar a identidade se alguma vez houvesse necessidade de a confirmar. Este círculo que tento apagar para dizer que cresci, que incorporei a alma e que a levo comigo quando for, para que só os desenhos e a caligrafia digam que sonhei.
...
Sem comentários:
Enviar um comentário