terça-feira, setembro 05, 2006

viagem 2




Scala


Trago na mala de viagem as sete cidades que usei como roupa, uma cada dia dos sete dias da semana. Passada. Se a memória me obriga a trocar a ordem e dizer que na segunda usei Veneza e na terça usei Nápoles ou outra qualquer, é porque já pendurei a cidade que me arrebatou em lugar de destaque, já lhe dei o centro e estou a espalhar à volta desse centro todas as outras sem querer saber se estão à direita ou à esquerda. Tenho Milão à minha frente. Algumas cidades oferecem a quem as visita a possibilidade de praticar um gesto simbólico para ali regressar ou então obter mais sorte no amor. Roma até tem mais do que um desses mimos. Mas estou em Milão e, embora tenha de ser praticado num dos lugares mais elegantes, as galerias Vítor Emanuel, o gesto é cruel: pisar com o calcanhar do pé esquerdo os genitais de uma imagem de um touro e rodar três vezes no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Muitos assim faziam quando lá passei em direcção ao Scala que elegi para tentar conhecer bem, já que por culpa de Dan Brown e do seu Código que pôs milhares de pessoas no roteiro do livro, não pude estar diante da Última Ceia de Leonardo.

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