terça-feira, outubro 24, 2006

atracção



Penny B. Peterson



Sei que vais dizer o que já li de outros livros. Tentarás uma tonalidade íntima em cada frase, um fio quase invisível tecido na humildade do casulo, uma larva incubada no meu cérebro frágil à distância de um sopro com a forma e a nitidez das palavras. Sei que te reservarás na penumbra e farás do mar a morada de todas as distâncias, o mar dentro dos olhos numa imagem mil vezes repetida e real, tão real que transborda e comove como um choro de criança abandonada. Estou do lado de fora como se apenas observasse os teus movimentos, à espera do que poderás ainda fazer. Tenho a segurança de uma varanda debruçada sobre profundidade de cada flor ou fruto ou objecto que utilizes para mostrar um novo ângulo, absolutamente original, que me prenda na teia de uma emoção em estado puro. Luto com argumentos macerados em memórias para que não me venças e possa dizer que nada me surpreende. Ainda sinto a consistência da estrutura de sons pela qual passo a voz ondulada como vento na seara. Não sei o que farei a seguir.
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