domingo, outubro 29, 2006

livre livro

Vem comigo até hagia sofia ainda constantinopla no ano da (des)graça de 1204. A cidade está tomada pelos bárbaros, os cristãos-bárbaros, entenda-se. Ouve os pensamentos de niceta coniates, que loucura esperar piedade daqueles bárbaros, que não precisavam que o inimigo se rendesse para fazerem o que sonhavam há meses. Segue-lhe os passos amedrontados, finalmente pela noitinha, não ousando atravessar os jardins e os espaços abertos entre santa sofia e o hipódromo, correra para o templo, vendo as suas grandes portadas, e não supondo que a fúria dos bárbaros havia chegado mesmo ao ponto de profanar aquele lugar. Contudo, mal lá entrou, empalideceu com o horror. Se aceitaste este convite, verás com os teus próprios olhos enquanto deambulo pelo presente. Relembro o conceito de longa duração. Não se pode falar de um homem da idade média como não se pode falar de um homem moderno, pós-moderno ou de qualquer época e defini-los assim preto no branco como um catálogo. Se há fenómenos de curta duração que podemos ligar directamente a uma época e a uma cultura, outros há que atravessam todas as épocas, todas as idades, todas as culturas. Este da violência, por exemplo. Não posso esquecer-me de te dizer isto é um convite à leitura do livro baudolino de umberto eco e que logo nas primeiras páginas encontrarás hagia sofia. E não exactamente como a verás aqui.
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