quinta-feira, abril 12, 2007

não servirei



Esta é uma das muitas janelas do monastério de san lorenzo de el escorial. A linha no chão uma meridiana, como existe em palácios, igrejas e catedrais pelo mundo fora. A sala imaginada atrás da objectiva revelo-ta comprida e fria. O chão que se destapa à luz exterior foi percorrido vezes sem conta por filipe segundo deles, o filho de isabel de portugal rainha em espanha, a quem o duque de gandia, por quem o duque de gandia, sobre quem o duque de gandia ... e sophia, também de portugal, embora o nome não o pareça, recolherá para o poema amargamente doce, não servirei nunca mais senhor que possa morrer, a frase do duque de gandia diante do cadáver de isabel. Mas estamos na sala.
As paredes têm memórias de batalhas travadas a oriente e a ocidente e muitos mapas redefinindo fronteiras como moldes provisórios de um projecto sem tordesilhas. Se há lá algo mais, não me recordo, uma mesa talvez, uma lareira, uma cadeira e, não fossem os turistas, a nudez das horas no chão sobre a meridiana.
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