quarta-feira, julho 25, 2007

Dos livros


Respondendo ao convite da Ida ,vou falar de cinco livros que neste momento me ocupam o tempo.

Dizem que uma pessoa não se define por aquilo que lê, mas por aquilo que relê. Nesse caso, começo por dizer que estou a reler o Moby Dick, de Herman Melville. Tenho aqui uma edição péssima, faz parte de uma colecção do Público que saiu há tempos atrás, supostamente para jovens, mas uma tradução intragável e absolutamente desaconselhada para jovens. Até parece uma dessas ferramentas da net que servem para traduzir os blogues. Bem, esta leitura serve para colaborar com o Leitura Partilhada, um clube de amadores-leitores onde vamos deixando as nossas opiniões sobre um livro previamente seleccionado.

Um outro livro que vou lendo aos bocadinhos é o Húmus, de Raul Brandão. Sou vidrada naquela descrição inicial da vila, e depois tudo o que se segue.

Acabei ontem de ler o livro Peregrinação de Barnabé das Índias, de Mário Cláudio, uma versão alternativa da viagem de Vasco da Gama. Há aqui dois narradores: a figura de referência, Vasco da Gama, e a personagem inventada, Barnabé, um judeu. A maior parte do tempo narrativo vemos a história pelo lado de Barnabé, mas os acontecimentos charneira estão lá: a partida do Restelo com a presença do rei D. Manuel I; as ilhas afortunadas, o mostrengo, a traição do guia, a chegada a Calecut, a confusão entre a divindade local e Nossa Senhora. Quem gostar de história tem aqui um bom aperitivo, a par das Naus, de LA.

De Lobo Antunes ainda, estou a iniciar o Que Farei Quando Tudo Arde. O estilo não é pêra doce, sei que o autor desafia o leitor constantemente, ali não há nenhum guia turístico, é cada um de nós que tem de se desenrascar, pois. Eu adoptei um estratagema, divido a narrativa em duas partes, os narradores de um lado, e as peripécias do outro, separo as águas, e logo verei o que dá. O título deste livro é um verso de Sá de Miranda, que vale muito a pena conhecer também.

O último livro que refiro é O Terrorista, de John Updike. Um dia estava numa livraria e, por já ter lido algum comentário acerca dele, folheei-o um pouco e dei conta de uma situação inicial em que se fala dos professores, quem são esses professores? Bem, certamente que tem a ver comigo. Claro que já sei a trama, mas isso não incomoda nada a minha fruição da leitura.

Sobre outros falaria e em particular de Lispector, mas isso qualquer visitante deste blogue sabe.

Lamento mas não consegui fazer a lista, está tudo misturado aí em cima.
A quem passaria? Lembro a fada- madrinha moriana, a Belém que me levou para o leiturapartilhada, a azuki com quem tenho partilhado tantas leituras, o Duarte amigo, o Gabriel de nome tão expressivo, a Isabel pintora, a doce Helena, a caracolinha divertida, a evva tão perto de mim, amados leitores que alimentaram a escrita desde o princípio. Que lerão eles?
De mim sei o que sou sem escrever, mas não sei o que seria sem ler.

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