quarta-feira, setembro 12, 2007

foto batida ll

O motivo que atrasou este texto sobre budapeste não tem nada a ver com falta de tempo, apenas não sabia o que fazer com a quantidade de imagens avivadas por um escasso conjunto de notas registadas na agenda do anterior ano lectivo, e que ainda resistia no fundo da bolsa. Não sabia se falava de sissi, de santo estêvão, de árpád, de drácula e de muitos personagens húngaros cujo nome fui anotando para descobertas futuras. Hesitava também em questões numéricas: entre assinalar as sete tribos magiares que desceram dos urais para fundar a cidade, a data de 1956 com as manifestações contra o regime instalado ou o número mítico noventa e seis que está presente na criação da nação húngara e corresponde à quantidade de escadas de acesso à coroa exposta precisamente debaixo da cúpula do parlamento, à altura dessa mesma cúpula e também das torres da basílica de santo estêvão. Não sabia se falava do danúbio, azul só para os apaixonados, das pontes, do parlamento, da ópera ou dos banhos repousantes, se elegia a coroa, a única autêntica, na qual nenhum flash se pode reflectir sob pena de apreensão da máquina fotográfica. Durante dias escolhi como tema central sissi (a imperatriz isabel, assim a devemos tratar porque sissi é só para os mais íntimos, disse -o carlos, o guia de viena), depois achei que um guerreiro ficava bem e quem melhor que árpád, o chefe tribal em destaque na praça dos heróis da pátria, finalmente considerei o drácula, o triste drácula da transilvânia que a roménia levou para os seus domínios e, ainda que seja tudo já alegremente da comunidade europeia, nada de se mexer em fronteiras e nacionalismos para não perturbar essa união. Diante de tanta variedade, resolvi que devia esquecer tudo e fixar um objecto que marcasse a minha memória de budapeste. Decididamente seria o espelho de sissi, o da ópera, o tal que a fazia mais magra. Mas, como não encontrei a imperatriz quando fotografei o espelho, desisti e deixo aqui simplesmente uma foto tirada dentro da pastelaria que ela mais apreciava.

foto: budapeste.
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