sexta-feira, setembro 07, 2007


foto batida

Nem sempre o entardecer é um momento de calma e suave melancolia. Por exemplo, o fim da tarde de domingo traz-me por vezes um desconsolo ansioso pela semana que se inicia, o qual contrario lembrando a mim mesma que não devo pensar no amanhã se tenho o hoje para fruir, ainda que o hoje seja uma nesga de sol no horizonte e um prenúncio de noite mal dormida. Estou em budapeste, a primeira de três cidades que visitarei em sete dias. Sei que no fundo da avenida onde me encontro terei o danúbio com tudo incluído para fotografar à turista. É o fim da tarde de domingo. Sinto a impressão de que as cidades são todas iguais nessa hora e calam as ruas, os edifícios e as estátuas que lhes envolvem a alma para que possamos sentir o intocável abraço da estrela deus pai e do planeta deusa mãe, quando esta, caprichosa, se decide a aparecer. Caminho à procura de uma estação de metro. Na praça escurecida vejo uns mendigos indiferentes a quem passa. Há um cheiro a miséria e abandono que fere as expectativas e não consta do guia american express. A boca do metro é pouco atraente, no entanto, algumas pessoas circulam descontraídas. Sigo-lhes os passos, quero à força deixar-me enredar na magia do desconhecido, são sete dias para me embriagar de cores, sons e sabores. Disso deixarei aqui impressões em breves textos.


imagem: budapeste, ponte das correntes.
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