segunda-feira, março 31, 2008

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A catarina foi posta à prova assim que nos fizemos à estrada, vamos ver no que dá. E deu. Esta voz vinda do além, do sistema de posicionamento global, big brother is watching you, foi dizendo onde virar à esquerda, à direita, contornar rotundas, seguir em frente até chegar ao destino. E o primeiro destino foi valladolid.
Era já noite, as ruas quase desertas, um vento frio à espreita nas esquinas, as pessoas riam e conversavam nas tabernas de luzes aconchegantes. Tudo se passava ali dentro, os encontros e desencontros da vida condensados em palavras e sabores. Éramos estranhos, olhávamos através dos vidros biselados como personagens sem nome de um qualquer livro. Cá fora, a cidade ia revelando os seus segredos numa empatia discreta e inesperada. A plaza mayor, silenciosa e viva nas cores quentes das fachadas antigas, lançava um convite ousado de posse. A catarina descansava a voz. Agora a direita e a esquerda surgiam da vontade de calcorrear a cidade e recolher argumentos para a amar.
Na manhã seguinte um encontro, mais um, com filipe segundo e primeiro, mas longe do escorial.Vê-lo criança, ao colo da nossa isabel, imortalizada pela beleza e pela perda dela. Perto e distante da avó joana, presa em tordesilhas, chamada a louca pelo amor e pelo corpo do marido que carregava com ela como camões com o pai, segundo lobo antunes em as naus. Filipe
nasceu a vinte e um de maio de 1527 no que hoje é a disputación de valladolid.



foto:disputación de valladolid
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