quinta-feira, novembro 04, 2004

Marta e Joana


Solitude, Frederick Leighton



“Lisboa, 14 de Setembro

Querida Marta,

As aulas estão quase a começar e ainda bem! Quando passar a ter de levantar-me cedo, com certeza as noites vão ser melhores.Espero!


Só esta manhã consegui abrir o saco que a tua mãe me entregou. Primeiro, respirei fundo, tão fundo que fui invadida por uma calma que há muito não sentia. Depois , fui retirando, uma a uma, as coisas que lá estavam , sem as olhar. Coloquei tudo na minha cama e só então comecei a ver o que me tinha sido oferecido com tanta amizade: a tua raqueta de ténis (que sempre invejei); aquele cinto de cabedal que comprámos numa feira , na excursão a Londres; o teu espectacular estojo de desenho; a camisa de ganga que te dei uma vez nos anos; o caderninho com as canções que tocávamos na viola; e, maravilha das maravilhas!, a tua colecção de caleidoscópios!”
A lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez


De que é feita uma amizade? De muitos caleidoscópios?

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